Atualização: As projeções mais recentes atribuem ao tabaco mais de 8 milhões de mortes anuais (o episódio diz 6 milhões), das quais 1.2 milhões são em fumadores passivos (e não 600.000).
Porque tens que te meter no meu prazer de fumar?
SINOPSE
Os jantares de família eram um tormento: o Papá não largava o charuto nem um segundo, a casa era um fumeiro com cinza por todo lado. Mas alguém encontrou uma solução para o problema. Será que vai funcionar?
O lar é território sagrado: na própria casa cada um faz o que bem entender. E quando se acende um cigarro? Teremos o direito de o fazer onde nos apetecer? Quais os riscos para quem não fuma?
Cada vez que um fumador acende um cigarro aumenta o seu risco de cancro do pulmão mas não só, já que o tabaco causa ainda outros 13 tipos de cancro diferentes: boca, faringe, laringe, esófago, fígado, pâncreas, estômago, rim, cólon e recto, bexiga, ovário, colo do útero e leucemia mielóide aguda. E ainda várias doenças como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, aneurisma da aorta, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), diabetes, osteoporose, artrite reumatóide, cataratas, pneumonia e tuberculose. Contudo, apesar dos riscos, cada um é soberano na decisão de acender mais um cigarro. O direito a fumar não está em causa, ainda que se espere que essa escolha seja resultado de uma decisão informada, que reconheça todas as consequências do tabaco na saúde.
O assunto muda radicalmente quando um fumador decide acender o cigarro na presença de outras pessoas, num espaço fechado. Como é óbvio, fumar liberta fumo no ar – o fumo ambiental, uma potente mistura com mais de 7000 químicos tóxicos. Mas o que não é tão óbvio é que parte desse fumo é inalado involuntariamente por todos aqueles que estejam no mesmo local. O fumo passivo é um problema invisível: a maioria desse fumo não se vê, o que dificulta a percepção do risco. EP-Mascaras_Saber-mais.png853.18 KB
O tabaco mata quem fuma, mas também quem nunca o fez: o fumo passivo é responsável por 1 em cada 7 mortes pelo tabaco. Das 8 milhões de mortes anuais causadas pelo tabaco em todo o mundo, 1,2 milhões dizem respeito a pessoas que não fumavam. Os efeitos do fumo passivo são particularmente perversos em bebés e crianças: os filhos de fumadores ficam doentes mais vezes, desenvolvem mais infecções pulmonares, mais episódios de asma, e apresentam mais frequentemente tosse e falta de ar. Nos casais onde apenas um dos cônjuges é fumador, o risco do(a) parceiro(a) desenvolver cancro do pulmão aumenta 20 a 30%, enquanto que a exposição ao fumo passivo no local de trabalho aumenta esse risco entre 12 a 19%.
Existem dois caminhos para reduzir drasticamente o número de vítimas do fumo passivo. O primeiro depende dos fumadores, que não devem fumar na presença de outras pessoas, particularmente crianças e jovens. Além disso, devem optar por fumar em espaços abertos, o que implica nunca fumar em casa, nem mesmo à janela, ou dentro do carro. O segundo caminho implica que todos os não fumadores evitem ao máximo estar no mesmo local onde alguém esteja a fumar, ou em locais onde se fume regularmente. O fumo não desaparece após o cigarro ter sido apagado e pode depositar-se em objetos como tapetes ou brinquedos.
Existe ainda outra possibilidade para os fumadores – deixar de fumar. Não é uma opção fácil, mas existem consultas de cessação tabágica que facilitam o processo: