Como ganhar cor sem arriscar?
SINOPSE
Anacleto está preso num mundo a preto e branco onde ninguém lhe dá atenção. Para que a sua vida ganhe outros contornos e novas cores, terá de aprender a ganhar cor de uma forma saudável. Conseguirá ganhar cor sem arriscar?Nos meses mais soalheiros as praias portuguesas enchem-se de veraneantes à procura do bronze ideal. Mas será que ganhar cor implica riscos? Como desfrutar do sol em segurança?
A ideia generalizada que uma pele bronzeada é uma pele mais bonita e desejável choca com um facto frequentemente esquecido: uma pele queimada pelo sol é uma pele menos saudável. A radiação ultravioleta (UV) do sol provoca o envelhecimento precoce da pele. Pior ainda, os UVs podem danificar o DNA das células da pele aumentando o risco de cancro de pele. É o cancro mais frequente em Portugal - são mais de 12 000 casos por ano - e no Mundo. Se a maioria dos cancros de pele não é particularmente perigoso, existe um subtipo, o melanoma, mais agressivo e mortal, responsável pela morte de mais de 300 pessoas por ano. Mas preveni-lo não é complicado se tivermos os cuidados certos com o sol.
Mais de 90% dos casos de melanoma devem-se a uma exposição desadequada ao sol. A procura do bronze ideal é feita à custa de períodos de exposição muito intensos, condensados em curtos períodos no ano.
Apesar das estatísticas pouco animadoras, há boas notícias: o melanoma é um cancro prevenível. “Ganhar cor sem arriscar” é possível e não implica cortar relações com o sol - desfrutar do sol em segurança está ao alcance de todos, mas implica alguns cuidados. As medidas de prevenção mais importantes são procurar lugares com sombra e usar roupas com cobertura total da pele, estar ao sol apenas nos horários seguros (antes das 11h e após as 17h) e usar o protetor solar, uma medida de proteção que complementa as anteriores, mas não a mais eficaz.
Para ganhar cor sem arriscar, deve:
- Consultar o índice de radiação UV antes de exposição ao sol, para saber qual a intensidade da radiação solar, e evitar expôr-se em dias com índice superior a 5.
- Aplicar uma quantidade generosa de protetor solar anti-UVA e anti-UVB, 15 minutos antes da exposição. Utilizar factor de proteção solar (FPS) 50 ou FPS 30 para quem é muito moreno.
- Evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas. Em Portugal, o período mais perigoso é entre as 12 e as 16 horas, pelo que se deve evitar a todo o custo estar ao sol neste horário. Uma maneira simples de saber quando se pode estar ao sol é seguir a regra da sombra: a exposição solar é segura quando a nossa sombra é maior do que nós próprios.
- Repetir a aplicação do protector solar 30 minutos após o início da exposição solar. Fazê-lo também depois de ir à água.
- Evitar períodos de exposição solar superiores a 2 horas.
- Ter em atenção que mesmo debaixo do guarda-sol a proteção não é total, já que a areia reflecte cerca de 15% da radiação solar.
- No resto do dia, vestir roupas que cubram a pele na totalidade (calças, camisola de manga comprida, de tecido não poroso e escura, chapéu de abas, óculos de sol) e procurar a sombra.
E para aqueles que querem mesmo ficar bronzeados, existe uma alternativa menos arriscada que estar ao sol: o uso de autobronzeadores. Ainda que não sejam conhecidos todos os seus efeitos, parecem ser mais seguros que a exposição à radiação UV. No entanto, a tonalidade bronzeada que conferem à pele não a protege contra a radiação UV do sol. Quem os usa deve proteger-se dos efeitos do sol da mesma maneira que as restantes pessoas. A escolha destes produtos deve ser aconselhada por um dermatologista. Já o recurso a solários é desaconselhado por qualquer dermatologista e está interdito a menores de 18 anos.
Como nem todas as peles são iguais, a exposição ao sol deve ser feita de acordo com as características e cor da pele de cada um. As mais claras requerem maior proteção, mas todos devem desfrutar do sol em segurança, mesmo aqueles que têm peles muito escuras. Já as crianças com menos de 3 anos não devem ser expostas diretamente ao sol, uma vez que têm uma pele em desenvolvimento que não se consegue proteger adequadamente das agressões causadas pela radiação UV.